Dois fatores pressionam mercado da soja
No Brasil, a colheita já atingiu 50% da área até 27 de fevereiro

A TF Agroeconômica destacou dois fatores que pressionam o mercado da soja: as exportações fracas dos EUA e o avanço da colheita no Brasil. As inspeções de exportação norte-americanas totalizaram 694 mil toneladas na semana até 27 de fevereiro, ficando na parte inferior das estimativas dos analistas, que variaram entre 351,07 mil e 975 mil toneladas. A China foi o principal destino, com 350 mil toneladas. Apesar da queda semanal, o acumulado da temporada 2024/25 ainda supera o do ano passado, somando 37,58 milhões de toneladas.
No Brasil, a colheita já atingiu 50% da área até 27 de fevereiro, segundo a AgRural. O avanço é significativo em relação aos 48% registrados no mesmo período do ano passado e reflete a alta eficiência do maquinário agrícola. O ritmo acelerado é resultado de condições favoráveis nas principais regiões produtoras, aumentando a oferta global e pressionando os preços da oleaginosa no mercado internacional.
No entanto, o estado do Rio Grande do Sul segue como uma incógnita para a safra brasileira. O clima quente e seco persiste, limitando o potencial produtivo e podendo impactar a produção final do país. Mesmo assim, a aceleração da colheita nacional, somada às exportações enfraquecidas dos EUA, reforça um cenário baixista para os preços da soja no curto prazo.
Dessa forma, o mercado segue atento aos dados da demanda global e às condições climáticas nas lavouras sul-americanas. Com os estoques aumentando e as exportações americanas abaixo do esperado, os preços podem continuar pressionados, a menos que surjam novos fatores de suporte, como mudanças no clima ou surpresas na demanda chinesa.